Ataque à escola pública<br>mais visível e violento
Este ano lectivo «abriu, com o ataque à escola pública a tornar-se cada vez mais visível e violento», comentou anteontem a CGTP-IN.
A central, que dedicou a este problema um comunicado de imprensa, enumerou alguns dos factos que marcam o início das aulas:
- o desemprego de professores e de outros profissionais das escolas dispara fortemente;
- as escolas abrem portas com falta de docentes e não docentes e perto da penúria financeira, pedindo à comunidade escolar o que o seu orçamento já não comporta, embora seja essencial;
- pais contestam as más condições de trabalho proporcionadas aos seus filhos, desde problemas físicos, como a degradação das instalações escolares, a problemas de ordem pedagógica (sobressai a constituição de turmas do 1.º Ciclo com alunos de diversos anos de escolaridade);
- estudantes contestam a redução de oferta educativa e formativa das escolas públicas;
- famílias, vítimas da política de empobrecimento imposta pelo Governo, já não conseguem fazer mais sacrifícios para suportarem os custos do ensino, num contexto em que a acção social escolar não dá as respostas necessárias e adequadas, agravando as desigualdades entre os estudantes.
Mas tal situação «só poderá surpreender quem ainda não compreendeu que o Governo está a desenvolver uma política deliberadamente orientada para criar dificuldades cada vez maiores nos serviços públicos, num quadro de prosseguimento do violento ataque que está a desferir contra as funções sociais do Estado».
As preocupações expressas pela Intersindical crescem em relação ao que será o desenvolvimento do ano lectivo, «sabendo-se que o Governo está apostado em cortar os tais 4,7 mil milhões de euros nas funções sociais do Estado, dos quais, cerca de mil milhões serão na Educação». A central sublinha que «o ano que agora se inicia decorrerá, maioritariamente, em 2014, prevendo-se que o Orçamento do Estado em preparação seja intencionalmente devastador para os serviços públicos».